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Dra. Marcela Verbena - Já ouviu falar em fadiga adrenal?

Já ouviu falar em fadiga adrenal?


09 | maio | 2019 | Postado por: Dra Marcela Verbena

A fadiga adrenal é um conjunto de sinais e sintomas que resulta em uma baixa funcionalidade das glândulas adrenais. Seu sintoma mais característico é a fadiga, o cansaço, a dificuldade de levantar cedo, os sentimentos “nebulosos” e depressivos e o mal-estar, o que a faz ser tratada por muitos especialistas como depressão.

Geralmente, as pessoas que sofrem com a síndrome estão no “modo automático”: apenas fazem o que o relógio determina, pois a fadiga intensa, a dor generalizada e a falta de autoestima já lhes dominou por completo. A compulsão por café, doces e frituras, também presente no quadro, é uma maneira que o organismo tem de receber a energia que o corpo já não produz.

A disfunção adrenal interfere na funcionalidade do organismo, onde ocorrem mudanças metabólicas, alteração na síntese de proteínas e gorduras, desequilíbrio na resposta a outros hormônios via bloqueio de receptores e desequilíbrio de fluidos e eletrólitos, levando a problemas no sistema cardiovascular, diminuição do desejo sexual, obesidade, diabetes, inflamação crônica subclínica e fibromialgia, dentre outros.

A fadiga adrenal pode acontecer em qualquer idade, sendo relacionada diretamente ao stress. Outros fatores agravam a doença, como: sono não reparador, má alimentação, abuso de substâncias, pressões sociais, lesões graves ou repetitivas, doenças crônicas, infecções e exposição a um ambiente tóxico.

Alterações na resposta ao estresse

Em um indivíduo normal, no momento que ele se depara com uma situação estressante, o cortisol e a dehidroepiandrosterona (DHEA) secretados pela adrenal se elevam em proporções similares, e vão baixar quando cessar o estresse. Já em situação de fadiga adrenal, quando ocorre situação de estresse há elevação do cortisol, mas o DHEA se mantém baixo, fazendo com que grande parte da pregnenolona caia – o que pode levar ao hipocortisolismo em um segundo momento, já que é ela a responsável por produzir o cortisol.

No momento inicial em que acontece a queda de DHEA com um aumento do cortisol, acontece um aumento de SNP (Polimorfismo de Nucleotídeo Simples) e seu DNA começa a ter o polimorfismo genético, gerando assim a predisposição do aparecimento de doenças crônicas.

Frequentemente acontece em casos traumáticos, quando o paciente relata que após seu divórcio teve câncer na mama, após a morte do filho desenvolveu lúpus, o “diabetes emocional” e etc. Estes pacientes desencadeiam sintomas depressivos, e um evento que não o impediria de ter uma vida normal se torna insuportável.

O indivíduo nunca se incomodou com a chuva, por exemplo, mas passou a não querer sair de casa quando chove, não suporta o barulho dos filhos brincando e uma torneira pingando se torna uma tortura. Ele também passa a não conseguir acordar cedo, por estar muito cansado, tendo a necessidade de ficar na cama por muitas horas, relata dores insuportáveis no corpo todo e, ao procurar ajuda especializada, acaba recebendo um diagnóstico de fibromialgia ou depressão.

Alterações no ritmo circadiano

Nosso corpo foi naturalmente programado para manter-se desperto durante o dia e dormir à noite. Este ritmo é controlado pela Melatonina – hormônio considerado chave da longevidade, produzido pela Glândula Pineal do cérebro e cuja produção é influenciada pelo cortisol.

Normalmente, ao acordarmos, nosso cortisol está alto, o que nos dá ânimo pra levantar. Este mantém-se em níveis que oscilam levemente durante o dia e começam a decrescer no fim do dia, chegando a níveis muito baixos à noite quando dá lugar à melatonina, a qual nos proporcionará um sono profundo e reparador.

Na fadiga adrenal, o cortisol se eleva, causando uma hiperestimulação da glândula pineal, chegando ao ponto de total esgotamento desta glândula e falta da produção de melatonina. A insônia ou sono não reparador exige maiores níveis de cortisol, levando ao esgotamento da glândula adrenal e queda do hormônio. Isto leva a um ciclo vicioso de insônia pela noite e sono insuportável durante o dia.

Fadiga adrenal e obesidade

A disfunção adrenal gera menor sensibilidade de insulina, ocasionando assim uma vontade de ingerir carboidratos e doces devido à falta de energia que não está sendo produzida normalmente pelo organismo. A ingestão desses alimentos torna-se, portanto, uma maneira rápida (mas não saudável) de gerar energia.

Por esse motivo, muitos indivíduos acabam desencadeando a obesidade central, onde a maior concentração de gordura está localizada na cintura. A adrenal desempenha um papel onde o cortisol funciona junto com a insulina, e juntos eles mantêm os níveis saudáveis de glicose circulante.

Por essa razão, quando se entra em um estágio de stress alto e cansaço a níveis suprarrenais, se tem como resultado a síndrome metabólica e diabetes tipo 2, onde o stress crônico pode resultar em uma maior resistência de insulina. Quando acontece a elevação do cortisol e o DHEA se mantém baixo, o hipocampo é lesado e sua capacidade de armazenar informações cai substancialmente, juntamente com a capacidade de estudar, memorizar e manter o foco.

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