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Dra. Marcela Verbena - Coronavírus

Coronavírus


16 | março | 2020 | Postado por: Dra Marcela Verbena

Estamos vivendo um momento de grande apreensão com essa doença que tem deixado o mundo em alerta, o Coronavírus.

Sabemos que, a partir desta semana, os casos irão aumentar no Brasil. Hoje estamos no que chamamos de Fase Dois de disseminação da doença, que é a fase de transmissão local. Não tem mais a ver com pessoas que foram viajar: agora a transmissão está de brasileiro a brasileiro, mas ainda se consegue identificar quem foi o contato de transmissão. A Terceira Fase será a fase de transmissão comunitária, onde não mais se consegue identificar quem foi o caso de contato.

O principal motivo de preocupação é que essa é uma doença de muito rápida disseminação, com taxa em torno de 1 pessoa infectada sendo capaz de transmitir para 2 ou 3 pessoas. E agora, no Brasil, estamos prestes a entrar na fase de transmissão comunitária.

Na grande maioria dos casos, o caso clínico é brando, com febre, tosse, falta de ar e não precisa de grandes cuidados, mas o principal problema se dá com pessoas idosas, pelas altas taxas de mortalidade verificadas ao redor do mundo. Por esse motivo, os idosos, portadores de doenças crônicas e os pacientes com baixa imunidade devem evitar sua exposição ao máximo. As medidas preventivas são: não ir a locais com aglomerados de pessoas, lavar as mãos com frequência, se alimentar e se hidratar de maneira adequada, manter os ambientes limpos e arejados.

Reforçando: não viajar, não ficar em ambientes fechados com aglomerações de pessoas e não expor idosos a risco de contaminação!

Inclusive hoje, durante a missa, ouvi pelo padre daqui que o próprio Papa liberou os fiéis das missas dominicais e as orientações são: não receber eucaristia diretamente na boca; ao tossir ou espirrar, fazê-lo em sua manga ou levar um lenço à boca, o que chamamos de higiene respiratória; ter sempre um álcool em gel e não se cumprimentar com beijos no rosto ou apertos de mãos durante as celebrações.

Especula-se que em 4 meses resolve-se o surto por si (baseado na evolução observada em outros países). Mas, nesse momento inicial, deve-se ter cuidado com a disseminação e contágio de pessoas, principalmente idosos, portadores de doenças crônicas e com imunidade baixa.

Até o dia 09/03/2020, eram 105 mil casos registrados no mundo, com mortalidade em 3,4%. A infectividade desta doença está em torno de 2,9 dias, ou seja, no paciente sintomático com diagnóstico firmado, pode-se propagar a doença por ainda 3 dias.

Falando sobre pandemias, cada doente com H1N1 transmitia para algo em torno 1,5 doentes, e Gripe Espanhola em torno de 1,5 a 2. Sendo assim, Coronavírus tem capacidade de infectividade maior que H1N1 e a Gripe Espanhola, mas menor que o sarampo.

Das pessoas que ficam doentes:

– 80% têm sintomas leves;

– 20% apresentam uma forma grave da doença e, desses, 5% têm indicação de UTI.

A letalidade depende da gravidade da doença e varia de país para país. Não sabemos como isso será no nosso país e no nosso clima. Sabemos que acima de 80 anos e com comorbidades, a letalidade varia 14 a 16%. Em jovens, a letalidade é menor que 0,1%, o que seria que 1 morre entre 1000 infectados.

E sempre lembrar das principais recomendações que são etiqueta respiratória (tossir e espirrar na manga ou lenço), álcool em gel, evitar locais com aglomerados de pessoas, sempre procurar seu médico em caso de sintomas ou dúvidas e manter hidratação e alimentação adequadas, conservando sua imunidade boa.

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