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Dra. Marcela Verbena - Chá verde, resistência à insulina e função cognitiva

Chá verde, resistência à insulina e função cognitiva


26 | março | 2019 | Postado por: Dra Marcela Verbena

O chá verde (Camellia sinensis) é uma das plantas mais estudadas por conter uma série de nutrientes e fitoquímicos que auxiliam na manutenção do equilíbrio orgânico. Dentre os compostos presentes no chá verde, ganha maior evidência a epigalocatequina 3-galato, especialmente por conferir potentes efeitos antioxidantes.

Este é o motivo pelo qual o uso do chá verde tem sido sugerido para a redução do risco de problemas metabólicos, como a resistência à insulina. Para justificar esta atividade, um estudo conduzido em modelo animal mostrou que o extrato do chá verde contribuiu com a homeostase do metabolismo glicídico, aumentando a transcrição de fatores responsáveis pela cascata fosforilativa mediada pela insulina.

Ainda, uma análise realizada in vitro identificou que os polifenois encontrados no chá verde – como a epigalocatequina 3-galato – inibem as enzimas α-amilase pancreática e α-glicosidase, que participam da digestão dos carboidratos. Desta forma, esta atividade inibitória pode reduzir a absorção de glicose consumida em uma refeição e, consequentemente, poupar a secreção de insulina e sua cascata fosforilativa.

A resistência à insulina é responsabilizada pela redução do suporte de glicose para produção de energia em diversas células do sistema nervoso central. Desta forma, um recente estudo realizado em ratos induzidos à resistência à insulina mostrou que a administração de epigalocatequina galato aumentou a sensibilidade à glicose em células neuronais. Além disso, observou-se redução da neuroinflamação e aumento da função mitocondrial com a intervenção – mecanismos que, em associação, podem melhorar parâmetros de aprendizado e memória.

Referencias:
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